Lendas e Contos

Cristo suou sangue

A capela esteve lançada ao abandono, desprezada e ofendida, servindo até para os rebanhos da terra aí pernoitarem.

Nesta situação esteve cerca de 30 anos, durante as Guerras da Independência. Significa que a Santíssima Imagem de Santo Cristo fora esquecida chegando-se mesmo a deixar de celebrar missas, tendo ainda sido roubados as adornos cerimoniais, deixando o crucifixo cheio de pó e de aranhas.

A partir de 26 de Abril de 1698 tudo viria a mudar. Uma visão de um padre Carmelita, de nome Fr. Luís de Sousa Joseph, durante celebração da Eucaristia, iria reactivar a devoção ao Cristo abandonado naquela pequena Capela.
O Padre Carmelita viu o Cristo da Capelinha «Suar gotas de sangue e água», fenómeno observado ainda por um irmão do Frei Luís de Sousa, de nome António Moreira da Cunha. O milagre seria ainda visto por pessoas da Vila de Outeiro que participavam naquela celebração. Esteve oito dias a pingar sobre as toalhas do altar.

A notícia brevemente se espalhou por toda a Diocese de Miranda chegando a Braga e às regiões da Galiza e de Castela e Leão.

Surgiu então um acto de emenda ao Santo Cristo de Outeiro, tendo o mesmo lugar a 3 de Maio desse mesmo ano de 1698.

Juntou-se em Outeiro uma grande multidão para participar na Eucaristia, seguindo-se uma novena de reparação. Estiveram presentes os cónegos do Bispado de Miranda e doutores de Salamanca e Coimbra para autenticar o milagre.

Foi a partir daí que se resolveu lançar uma Confraria, começando por se tomar conta dos nomes de todos quantos quisessem pertencer à irmandade com esmolas e outras ofertas. A devoção ao Santo Cristo de Outeiro aumentava de dia para dia, fazendo os fiéis romarias constantes à "Capela dos Milagres".

Foi tal o fluxo de romeiros, que se tornou necessário começar a pensar na construção de um Santuário com grandes dimensões, para onde deveria ser transferido o Crucifixo Milagroso para aí ser adorado e venerado pelos fiéis.






A Moura encantada


Num lugar um pouco desviado da povoação, de nome “Castramouro”, existe uma fraga com água nascente. A fraga da Moura (41.677684, -6.628655).
Conta a lenda que o Castelo de Outeiro era habitado por um Rei Mouro e certa vez o castelo foi invadido.
A princesa e a sua aia tiveram que fugir por uma passagem subterrânea para o local de Castramouro, para onde levou o seu tear e novelos de ouro.
Diz que á meia noite, quem for ao local, ainda pode ouvir a princesa Moura Encantada a tecer no seu tear.


A Matança

No sítio chamada “matança” (41.677981, -6.595342) foram encontrados canhões, um foi levado pelos franceses, outro oferecido ao Museu Militar de Bragança e outro encontra-se no meio da povoação sobre cavalete de granito.
O nome de matança foi dado ao sítio por ter sido lá que Castelhanos tentaram invadir a povoação e os Portugueses lutaram ferozmente. Como houve muitas mortes nessa batalha ficou assim o nome ao lugar onde os Portugueses fizeram uma verdadeira “matança” de castelhanos.
 


Encontro de Duas Santas

Corria o ano de 1282. No dia 12 de Fevereiro realizava-se em Barcelona, por procuração o casamento de D. Isabel de Aragão com D. Dinis, rei de Portugal. Formou-se então uma comitiva para trazer a futura rainha para Portugal. Atravessada a linha divisória de Espanha e Portugal, aqui formada pelo rio Maçãs, resolveram fazer uma pausa para descansar, e foi aí que a rainha recebeu pela primeira vez saudações de gente portuguesa. Esta pausa foi feita junto a ermida de Nossa Senhora dos Prazeres, entre Outeiro e Quintanilha.
 

Conta a lenda que uma luz cintilante veio iluminar uma inocente pastorinha muda de nascença. Nossa Senhora tinha descido do céu à terra para lhe oferecer a fala e a graça do seu olhar. O milagre realizou-se a meio do século XIII O aparecimento da imagem da Senhora à pastorinha, foi num dos dias do reinado de D. Afonso III, três decénios antes de ali descansar e repousar a rainha esmoler, que um dia havia de transformar o pão em rosas. A notícia do milagre correu célere pelos termos circunvizinhos, e chamou ao local um grande número de devotos. A Rainha Santa Isabel E foi aí, junto daquela ribeira, no lugar em que a Virgem baixou do céu para falar à pastorinha, que o povo ergueu uma tosca ermidinha. Nesse pequenino santuário deu-se o encontro de duas santas. A Rainha Santa ajoelhou-se aos pés da Nossa Senhora da Ribeira. “Era uma Santa escutando o que a outra Santa dizia” Eram horas da partida para Bragança. Porém, antes de abandonar o pequenino templo, com os olhos postos no altar, prometeu solicitar de seu marido e rei a mercê de ser transformada em amplo templo e modesta capelinha de Nossa Senhora dos Prazeres. Foi assim que erguido em curto prazo o actual templo onde se venera a miraculosa Senhora, a Rainha Santa Isabel deixou o seu primeiro beijo à terra portuguesa. Nossa Senhora da Ribeira Nossa Senhora da Ribeiria Templo Nossa Senhora da RibeiraTemplo Nossa Senhora da Ribeira O Templo de Nossa Senhora da Ribeira em Quintanilha